Treinamento faz parte de proteção contra acidentes no trabalho

"O preço da prevenção do acidente não pode ser a eterna vigilância do operador sobre a máquina pois a infalibilidade não é atributo humano". É esse o alerta que faz o engenheiro de Minas e de Segurança no Trabalho da Fundacentro, Leonidas Ramos Pandaggis, ao comentar para o blog o acidente de trabalho ocorrido recentemente, no qual um trabalhador perdeu um braço ao operar um triturador industrial. Rafael Costa de Souza, 25, disse que não recebeu treinamento para operar o triturador e afirmou em depoimento que "para ter acesso ao triturador onde tinha que jogar o macarrão, tinha que subir uma escada de dois degraus, que ficava solta, deslizando no chão liso".

Leonidas Pandaggis ressalta que esse tipo de acidente é comum nos casos em que, entre a mão que alimenta o equipamento e o ponto de operação, não existe qualquer tipo de proteção. Ele destaca que a escada de dois degraus agiu como agravante da já precária condição de trabalho na alimentação do triturador.  Como revelado em depoimento, teria sido o desequilíbrio na escada o gatilho do acidente de trabalho. Ele explica que se a empresa tivesse tido o cuidado de não deixar partes móveis de suas máquinas expostos e proporcionasse uma superfície de trabalho adequada, não teria havido a exposição ao risco e consequentemente não teria ocorrido o acidente.
 
Ao advertir que o treinamento é parte de sistema de proteção uma vez que "é ele que irá permitir ao treinando conhecer as características operacionais do equipamento, identificando as zonas de risco e as adequadas medidas de proteção", Pandaggis alerta que, no entanto, o conhecimento da máquina não basta para evitar acidentes.

Por isso a importância da iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ao criar no âmbito do Departamento de Saúde e Segurança no Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT/MTE) o Grupo Técnico Tripartite, onde a Fundacentro tem assento para revisar a Norma Regulamentadora 12 que trata da utilização de máquinas e equipamentos. A intenção é tornar a norma mais específica, explicitando a necessidade da proteção coletiva nas partes móveis dos pontos de operação das máquinas e equipamentos.

"A norma hoje é genérica. Existem vários anexos para tratar de cada situação, de cada máquina, como as motosserras e os cilindros de panificação. Com a revisão, a idéia é tornar a norma mais robusta e eficiente, incluindo no corpo da norma a obrigatoriedade da adoção, pelo fabricante e usuários das máquinas e equipamentos,  de sistemas de segurança coletiva, caracterizados por proteções fixas e/ou móveis que garantam a integridade física dos trabalhadores", esclarece Pandaggis.

Fonte: Blog do Trabalho

Operário cai dentro de máquina de triturar farinha em fábrica de massas

É grave o estado de saúde do operário de 25 anos que caiu dentro de uma máquina de triturar farinha numa fábrica de massas Cadore, em Coelho da Rocha, em São João de Meriti, na manhã desta segunda-feira (16). Segundo informações da Secretaria estadual de Saúde, ele está no centro cirúrgico do Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, para onde foi levado por bombeiros de helicóptero. De acordo com os bombeiros, o rapaz perdeu o braço no acidente.
A diretora-administrativa da fábrica Cadore, Cláudia Estefano, informou que foi um acidente de trabalho e que o rapaz escorregou e caiu dentro do moinho. A diretora disse ainda que, de acordo com o encarregado do setor, o acidente foi provocado por uma imprudência do rapaz.
Ela informou também que a polícia já foi ao local e que a vítima está recebendo acompanhamento de uma psicóloga e de uma assistente social da empresa. "Nós estamos dando toda a assistência a ele", afirmou Cláudia.
Segundo a diretora, funcionários da segurança do trabalho estão apurando as causas do acidente.
A vítima foi resgatada por bombeiros do quartel de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Segundo as primeiras informações, o operário teria escorregado e caído dentro do moinho quando colocava a matéria-prima para ser triturada.
Fonte: G1 RJ

Queda de pessoas e materiais ainda é o maior problema na construção civil

Em diferentes regiões do País, é comum ouvir notícias sobre acidentes em construção. No mês de julho, em Itaituba/PA, 20 trabalhadores se acidentaram na construção de uma plataforma em uma fábrica de cimento. A estrutura partiu ao meio e, com a queda, seis trabalhadores morre­ram e 13 foram internados em estado grave. Já em São Luis/MA, um servente de pe­dreiro morreu na obra de um condomínio após ser atingido por uma viga de ferro. Em outro caso, no mesmo mês, um eletricista caiu do 13° andar de um prédio. Na cidade de Ribeirão Preto/SP, também em julho, três funcionários da construção civil ficaram feridos após serem soterrados por um muro que desabou.

Os últimos dados divulgados pela Previdência Social, relativos ao ano de 2008, apontam 49 mil acidentes trabalho no setor da construção. No contexto atual, percebe-se uma prevalência dos acidentes com queda de pessoas e de materiais. No caso do município de São Paulo, segundo o auditor fiscal Antonio Pereira, essas questões são graves e responsáveis por cerca de 50% das mortes na construção civil.

Um estudo da APS Associados, baseado na observação de 58 mil situações de riscos em cinco grandes obras de diferentes pontos do Brasil, mostrou que o ­maior índice de desvios se refere ao risco de que­das de pessoas e materiais, com destaque para os trabalhos em altura. Os problemas abrangem falhas na construção, na utilização de dispositivos para proteção con­tra quedas de pessoas, materiais e pe­quenos equipamentos. Houve 12.359 situações de desvios dos padrões recomen­dados, só neste item, o que representou 22% do total de situações analisadas.
Fonte: Revista Proteção

Explosão em navio mata três operários de estaleiro em Niterói

Niterói/RJ - Conforme informações do R7, na noite de segunda-feira, dia 2, três operários morreram após uma explosão de um navio, com bandeira das Bahamas, que estava sendo reparado no Estaleiro Renave/Enavi, na Ilha do Viana, em Niterói. Outros cinco operários ficaram feridos na explosão, segundo a Capitania dos Portos.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a explosão foi registrada por volta das 22h30 e os feridos foram encaminhados para o hospital estadual Azevedo Lima, em Niterói. As vítimas ainda não foram identificadas.

Uma equipe de inspetores navais esteve no local do acidente durante a madrugada desta terça-feira, 3, para tentar descobrir as causas da explosão. A Capitania dos Portos informou também que abrirá um inquérito administrativo com prazo de conclusão de 90 dias.
Fonte: Redação Revista Proteção
Foto: Reprodução TV Globo

Política em SST prevê melhorias na qualidade de vida

Após seis anos de atividades, a Comissão Tripartite de Segurança e Saúde no Trabalho finaliza nova versão da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST). Reconstruído através do documento sobre a política elaborada em 2004 pelo governo federal, o material representa um marco em SST e contempla todos os trabalhadores de quaisquer segmentos.

As alterações do documento foram concluídas em evento realizado na Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo. Em sua reestruturação, o texto se tornou mais conciso e objetivo, alcançando consenso entre as três partes envolvidas - trabalhadores, empregadores e governo. A nova versão foi elaborada de acordo com o previsto na Convenção nº 155 e Recomendação nº 197, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e no Plano Global de Saúde do Trabalhador da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com o objetivo de conferir prioridade às ações de SST no país, a PNSST define as competências e responsabilidades institucionais da Previdência, da Saúde e do Trabalho. Desta forma, prevê a melhoria na qualidade de vida do trabalhador, na medida em que viabilizaria a formulação de programas mais eficientes e abrangentes na área.

Um dos principais aspectos do documento é a prioridade às ações preventivas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, como prevê o Decreto nº 1254, da Convenção nº 155, de 1994. Em entrevista à Revista Proteção, o diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social, Remígio Todeschini, comentou que todos os pontos da política são relevantes, uma vez que são os caminhos para alcançar a prevenção acidentária.

O próximo desafio a ser enfrentado pela Comissão Tripartite de SST é trabalhar para que as propostas balizadas na política entrem em vigor em um decreto que as referende da maneira mais semelhante possível ao documento.
Fonte: ANAMT