Acidentes na Braskem em AL poderiam ter sido evitados

Fonte: Agência Câmara de Notícias 

Brasília/DF - O auditor fiscal do Trabalho de Alagoas Elton Costa afirmou no dia 25 de agosto que os vazamentos de gás ocorridos em maio na fábrica da petroquímica Braskem em Maceió (AL) poderiam ter sido evitados. A declaração foi feita em audiência pública da subcomissão especial criada para avaliar as condições de saúde do trabalhador, que é vinculada à Comissão de Seguridade Social e Família.

No dia 21 de maio, houve um vazamento de cloro em indústria da Braskem na capital alagoana. Um funcionário e 129 moradores de bairros vizinhos foram intoxicados pelo gás. Dois dias depois, uma nova explosão deixou cinco funcionários feridos.

O diretor industrial de vinílicos da Braskem, Álvaro de Almeida, explicou que as explosões foram causadas pelo acúmulo de uma quantidade imprevisível de uma substância conhecida como clorotricloramina. "Ela é formada em uma determinada etapa do processo, a partir de uma reação de cloro com amônia. Temos o controle desse componente, mas, nesse caso específico, foi uma situação imprevisível, que nunca tinha acontecido na história da companhia ao longo dos 34 anos", disse.

Segundo Elton Costa, porém, o aumento do composto inflamável poderia ter sido antecipado. Ele ressaltou que o equipamento responsável por degradar a clorotricloramina havia sido desativado dois dias antes. "O problema que a empresa alega é que seriam feitas simulações em softwares de última geração e essa concentração não seria esperada. Os fatos desmentiram isso. Então, ou algum parâmetro equivocado foi inserido no sistema ou esse módulo relativo à simulação de teor de tricloramina precisa ser revisto. Não se pode fugir dos fatos", destacou.

Veja a continuidade da matéria sobre:
Produtividade/ Medidas e Amianto

MTE disponibiliza texto de NR para consulta pública

Data: 17/08/2011 / Fonte: Redação Revista Proteção
O Diário Oficial da União (DOU) publicou, no dia 17 de agosto, a Portaria nº 273, de 16 de agosto, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esta portaria disponibiliza para consulta pública o texto técnico básico de criação da Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados, que pode ser acessado neste link.

A NR tem por objetivo garantir a segurança, a saúde e a qualidade de vida na atividade de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano e a fábricas de produtos não comestíveis. Para isso, a norma estabelece os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoração dos riscos existentes nesse ofício.

Entre os tópicos abordados no texto estão mobiliário e postos de trabalho, equipamentos de proteção individual (EPIs), gerenciamento dos riscos, análise ergonômica do trabalho, entre outros.

As sugestões podem ser encaminhadas ao Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), até o dia 15 de outubro de 2011, pelo e-mail normatizacao.sit@mte.gov.br ou via correio para o Ministério do Trabalho e Emprego (Esplanada dos Ministérios - Bloco "F" - Anexo "B" - 1º Andar - Sala 107 - CEP 70059-900 - Brasília - DF).

Clique aqui e confira a portaria na íntegra.

Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom

Orientações para sistema de saída de emergências em edificações

Fonte: Revista Emergência

Este é um trabalho que se destina aos profissionais de projetos, de execução de obras e para alunos dos cursos de Arquitetura e Engenharia. Reúne dados de pesquisa teórica, prática, normas e legislações de proteção contra incêndio para orientação a um sistema de saídas de emergência em edificações. Os dados apresentados neste trabalho reúnem conceitos gerais, fundamentais para a concepção de saídas de emergências seguras, portanto independem do tipo de edificação.

Em relação aos tipos de escadas de segurança apresentados, o conceito é geral, mas há a necessidade de sempre ser verificado nas legislações estaduais e municipais qual é o tipo e a quantidade de escadas especificadas para cada tipo de ocupação de uma edificação.

A falta ou inobservância de detalhes construtivos integrantes do sistema de saídas de emergência acarreta, no caso de utilização real, o desencadeamento de lesões corporais, entrada em pânico e até casos mais graves.

A construção do sistema de saídas de emergência deve estar em condições de dar conforto mínimo e segurança ao usuário. É peça fundamental no sucesso da retirada de pessoas de locais sinistrados. Em poucos segundos, a pessoa é submetida à intensa carga física e emocional para as quais, normalmente, não está preparada, e a construção deve estar isenta de riscos desnecessários.

As saídas de emergência em edificações têm como objetivo fornecer aos profissionais de projeto, de execução e alunos dos cursos de Arquitetura e Engenharia as ferramentas para planejar e executar o sistema de abandono em caso de emergência em qualquer tipo de edificação: residencial, comercial, industrial, social, institucional, etc.

Atualmente, nossas legislações são rigorosas em determinadas situações, deixando lacunas em outras. Nas lacunas é que se encaixam as saídas de emergência, pois em vários municípios não há legislações que especifiquem a obrigatoriedade de serem seguidas orientações específicas ou a própria norma brasileira que trata do assunto, a norma NBR 9077. Ressaltamos, ainda, que a própria NBR 9077 está em processo de revisão.

A saída sob o aspecto da prevenção é o conjunto de medidas jurídicas e administrativas destinadas a proteger pessoas e bens contra riscos, antes que se manifestem, no momento e após. Já a busca incessante de controle de gastos e diminuição de custos nas obras leva vários profissionais a ignorarem itens fundamentais nas saídas de emergência. Como resultado, temos a inconsciência, a imprudência, o risco para os outros, a ne­gligência, a inconsequência e a ignorância. É para a proteção do homem que existe a legislação e o correto projeto, suprindo as falhas do aspecto humano e salvaguardando os bens. Nas sociedades evoluídas é dado um valor inestimável às pessoas, e as perdas de vidas humanas são consideradas como inaceitáveis. "O prevencionista (projetor ou executor) não poderá ser amador."

Heliodoro Alexandre Abolins - coronel do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Flávio José Bianchini - tenente-coronel do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Luiz Henrique Nomellini - capitão do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo

Este artigo foi publicado originalmente no livro "A Segurança contra Incêndio no Brasil", com o título "Saídas de Emergência em Edificações".

Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom

Lista de muito perigosos inclui agrotóxicos e deixa amianto fora

Fonte: Revista Proteção

Os agrotóxicos endossulfan, alacloro e aldicarbe foram incluídos no Anexo III, que lista as substâncias severamente perigosas para a saúde humana, da Convenção de Roterdã. A norma regula o comércio internacional de produtos químicos perigosos. A classificação passa a valer a partir de 24 de outubro de 2011 e foi decidida durante a Conferência das Partes de Roterdã (COP 5), no final de junho, em Genebra (Suíça). Na ocasião, também foi votada a inclusão da fibra mineral amianto crisotila nesse mesmo item, mas não foi aprovada.

As substâncias classificadas como severamente perigosas devem seguir normas de movimentação específicas. São necessárias informações sobre riscos e perigos para a saúde humana na rotulagem. Além disso, o comércio internacional deve passar pelas autoridades de controle, tanto do país importador quanto do exportador.

A utilização desses agrotóxicos já vem sendo discutida em várias esferas. O endossulfan, por exemplo, será banido do Brasil a partir de 31 de julho de 2013. O uso dessa substância é associado a problemas reprodutivos e endócrinos em trabalhadores rurais e na população. Desde abril, ele é considerado um POP (Poluente Orgânico Persistente) pela Convenção de Estocolmo. A retirada do mercado mundial está prevista para 2012, exceto para países que já estão com o processo em andamento, como o Brasil.

No caso do aldicarbe, inseticida utilizado em café, cana-de-açúcar e citros, a importação pelo Brasil não ocorre desde dezembro de 2010, e o uso no país se restringe ao estoque restante. O alacloro, por sua vez, é um herbicida empregado em plantações de algodão, amendoim, café, cana-de-açúcar, girassol, milho e soja.

AmiantoPara que o amianto fosse incluído no Anexo III, todos os países signatários da Convenção precisariam ser favoráveis. Votaram contra a inclusão Canadá, Casaquistão, Quirguistão, Ucrânia e Vietnã. O Brasil se absteve. A Convenção de Roterdã leva em consideração a existência de consenso total e não a maioria dos votos. "O lobby dos produtores conseguiu se impor. O Brasil disse que não há posição firmada no país, mas não fez consultas aos movimentos organizados", critica a auditora fiscal da SRTE/SP, Fernanda Giannasi.

Confira a matéria na íntegra na Edição 236 da Revista Proteção.

Foto: Inpev

Amianto ou Asbesto

O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural sedosa que, por suas propriedades físico-químicas(alta resistência mecânica e às altas temperaturas, incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, indestrutibilidade, resistente ao ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de ser tecida etc.), abundância na natureza e, principalmente, baixo custo tem sido largamente utilizado na indústria. É extraído fundamentalmente de rochas compostas de silicatos hidratados de magnésio, onde apenas de 5 a 10% se encontram em sua forma fibrosa de interesse comercial. 
Os nomes latino e grego, respectivamente, amianto e asbesto, têm relação com suas principais características físico-químicas, incorruptível e incombustível.
Está presente em abundância na natureza sob duas formas: serpentinas(amianto branco) e anfibólios(amiantos marrom, azul e outros), sendo que a primeira - serpentinas- correspondem a mais de 95% de todas as manifestações geológicas no planeta.
Já foi considerado a seda natural ou o mineral mágico, já que vem sendo utilizado desde os primórdios da civilização, inicialmente para reforçar utensílios cerâmicos, conferindo-os propriedades refratárias.


Mineral bruto

Fibras ao microscópio eletrônico


Telhas de
cimento- amianto


Amianto de Minaçu(GO) in natura e processado
Com o advento da Revolução Industrial no século XIX, o amianto foi a matéria-prima escolhida para isolar termicamente as máquinas e equipamentos e foi largamente empregado, atingindo seu apogeu nos esforços das primeiras e segundas guerras mundiais. Dali para frente, as epidemias de adoecimentos e vítimas levaram o mundo "moderno" ao conhecimento e reconhecimento de um dos males industriais do século XX mais estudados em todo o mundo, passando a ser considerado daí em diante a "poeira assassina".
Os grandes produtores mundiais tentaram por muito tempo atribuir toda a malignidade desta matéria-prima ao tipo dos anfibólios, menos de 5% de todo o amianto minerado no mundo, e salvar este negócio lucrativo, atribuindo à crisotila (amianto branco) propriedades benéficas, tanto do ponto de vista da saúde, como sua necessidade para as populações de baixa renda no uso de coberturas e abastecimento de água potável. Hoje a polêmica do bom e mau amianto já está praticamente superada em todo o mundo, tendo em vista a vasta literatura médica mundial existente e fruto da produção acadêmica de todo um século.
O Brasil está entre os cinco maiores produtores de amianto do mundo e é também um grande consumidor, havendo por isto um grande interesse científico a nível mundial sobre nossa situação, quando praticamente todos os países europeus já proibiram seu uso. A maior mina de amianto em exploração no Brasil situa-se no município de Minaçu, no Estado de Goiás e é atualmente administrada pela empresa brasileira Eternit S/A, mas que até recentemente era explorada por grupo franco-suíço(Brasilit e Eternit) em cujos países de origem o amianto está proibido desde o início da década de 90. 
No Brasil, o amianto tem sido empregado em milhares de produtos, principalmente na indústria da construção civil(telhas, caixas d'água de cimento-amianto etc.) e em outros setores e produtos como guarnições de freio(lonas e pastilhas), juntas, gaxetas, revestimentos de discos de embreagem, tecidos, vestimentas especiais, pisos, tintas etc.
O Canadá, segundo maior produtor mundial de amianto, é o maior exportador desta matéria-prima, mas consome muito pouco em seu território(menos de 3%). Para se ter uma idéia de ordem de grandeza e da gravidade da questão para os países pobres: um(a) cidadão(ã) americano(a) se expõe em média a 100g/ano, um(a) canadense a 500 g/ano e um(a) brasileiro(a), mais ou menos, a 1.200g/ano.
Este quadro inicial nos indica uma diferença na produção e consumo do amianto entre os países do Norte e do Sul, em especial, o Brasil, explicada pelo fato de que o amianto é uma fibra comprovadamente cancerígena e que os cidadãos do Norte já não aceitam mais se expor a este risco conhecido. O amianto é um bom exemplo de como estes países transferem a produção a populações que desconhecem os efeitos nocivos deste produto, enquanto para eles buscam outras alternativas menos perigosas, recorrendo à política do duplo-padrão (double-standard): produção e comercialização de produtos proibidos nos países desenvolvidos e liberados para os países em desenvolvimento.
Entre as doenças relacionadas ao amianto estão a asbestose (doença crônica pulmonar de origem ocupacional), cânceres de pulmão e do trato gastrointestinal e o mesotelioma, tumor maligno raro e de prognóstico sombrio, que pode atingir tanto a pleura como o peritônio, e tem um período de latência em torno de 30 anos.
Destas doenças, poucas foram caracterizadas como ocasionadas pela exposição ao amianto no Brasil. Menos de uma centena de casos estão citados em toda a literatura médica nacional do século XX, sendo este um dos mecanismos que tornam estas patologias invisíveis aos olhos da sociedade, fazendo-a crer que a situação brasileira é diferente da de outros países, levando com isto a um protelamento de decisões políticas, entre as quais o seu banimento ou proibição.
Fonte: Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto

Lesões Por Esforços Repetitivos

As lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são um conjunto de doenças que afetam músculos, tendões, nervos e vasos dos membros superiores dedos, mãos, punhos, antebraços, braços, ombro, pescoço e coluna vertebral) e inferiores (joelho e tornozelo, principalmente) e que têm relação direta com as exigências das tarefas, ambientes físicos e com a organização do trabalho, podendo atingir tanto trabalhadores em inicio de carreira quanto aqueles com muitos anos de trabalho no mesmo posto ou mesma função, em todos os ramos da economia: indústria, comércio e serviços, com diferentes níveis de escolaridade e cargos profissionais, tais como enfermeiras, açougueiros, vendedores, operários, etc...
Conforme Grandjean (1998),é necessário sete regras para a configuração do espaço de trabalho:
1. Evitar qualquer postura curvada ou não natural do corpo. A curvatura lateral do tronco ou cabeça força mais do que a curvatura para frente.
2. Evitar a imobilidade, para frente ou para o lado, dos braços estendidos. Estas posturas conduzem não só
à rápida fadiga, mas também afetam significativamente a precisão e a destreza geral da atividade dos braços ou das mãos.
3. Procurar, na medida que possível, sempre trabalhar sentado. Mais recomendável ainda seriam locais de trabalho onde se poderia ter a alternância de trabalho sentado e trabalho em pé.
4. O movimento dos braços deve ser em sentido oposto cada um em direção simétrica. O movimento de um braço sozinho origina ações musculares do tronco, que estão ligadas a exigências estáticas. Movimentos em sentidos opostos ou movimentos simétricos facilitam, além disso, o comando nervoso da atividade.
5. A altura do campo de trabalho (altura da superfície de trabalho) deve permitir a observação visual ótima com a postura do corpo mais natural possível. Quanto menor a distância visual ótima, mais alto deve ser o campo de trabalho.
6. Manoplas, alavancas, ferramentas e materiais de trabalho devem estar ordenados nas máquinas e locais de trabalho de tal forma que os movimentos mais frequentes sejam feitos com os cotovelos dobrados e próximos do corpo.  A maior força e destreza é exercida quando a distância olho – mão é de 25 a 30 cm, com os cotovelos baixados e dobrados em ângulo reto.
7. Trabalho manual pode ser elevado usando apoio para as mãos, antebraço e cotovelo. Os apoios devem
ser forrados com feltro ou outro material termoisolante e macio. Os apoios devem ser reguláveis, para que possam se adaptar às diferenças antropométricas.
Além dessas medidas de prevenção já citadas, aconselha-se também a prática diária de exercícios de relaxamento e alongamento.
Fonte: http://paulochianezzi.blogspot.com/