Escolas: Proteção Contra Incêndio

Por Cesare Lopes*

A cultura de segurança da sociedade é muito limitada, por isso a população não possui o mínimo de conhecimento sobre os meios de proteção, de como utilizar um equipamento de proteção contra incêndios e quais são as medidas que devem ser tomadas nesta situação.
Um item muito importante é como informar e educar os usuários de escolas, principalmente os alunos, num curto período de tempo. Quando as escolas são projetadas, muitos elementos importantes são deixados de lado, como os parâmetros dimensionais mínimos recomendados pelas normas, a acessibilidade dos portadores de deficiência física e, principalmente, a segurança contra incêndio.

Os incêndios e explosões, ainda que representem uma porcentagem baixa no conjunto de acidentes com lesões, geram grandes perdas econômicas. Suas causas são as mais diversas: curto-circuito, descarga atmosférica, sobrecarga nas instalações elétricas, falhas humanas (por imperícia, imprudência ou negligência) e falta de manutenção nas instalações.
O objetivo dos planos de manutenção e de emergência é avaliar, sensibilizar, organizar os meios humanos e físicos e dar subsídios para a melhoria das condições de segurança das escolas, com ênfase em um caráter prevencionista e não protecionista, pois a proteção de incêndios visa à implantação de sistemas de combate ao fogo, e se este falhar, as consequências poderão ser catastróficas.

Para termos uma idéia, em estudos realizados em algumas escolas, foram feitas inspeções visuais nas condições de segurança, prevenção contra incêndio e um questionário com os seguintes resultados: 10% dos usuários sabem o que é um plano de emergência, 70% não sabem o que fazer no caso de um incêndio, 80% não sabem como utilizar um equipamento de proteção contra incêndio, 100% acham que a escola não está equipada/preparada no o caso de um incêndio, 50% dizem ter noções de primeiros socorros, sendo que destes, 90% atribuem este fato à renovação da Carteira Nacional de Habilitação e 70% se mantêm calmos em situações de perigo.

Pode-se constatar que os usuários da escola não estão preparados para uma situação de emergência, e que as instalações de combate contra incêndios não têm a função para a qual foram executadas, causando assim um desconforto total aos mesmos e, talvez se enquadre aqui, a grande maioria dos usuários das escolas do Paraná e do Brasil.

Este artigo aponta que nossas escolas não estão preparadas com recursos humanos e físicos, para uma situação de emergência em caso de um incêndio, e que é necessária uma intervenção do governo, das próprias escolas, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais de engenharia, com o objetivo de preparar estes estabelecimentos para essa situação.
Investir em projetos de prevenção e emergência é reduzir custos de reformas e/ou reconstrução e, principalmente, os problemas da edificação no futuro, que no caso do Brasil é presente.

*Cesare Lopes possui formação técnica em Edificações pelo CEFET-PR, Engenharia Civil pela UFPR e Engenharia de Segurança do Trabalho pela UTFPR.

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