Número de acidentes reforça necessidade de segurança na construção civil


São Paulo/SP - Dezessete operários morreram até agora este ano, em canteiros de obra em São Paulo/SP. Isso sem contar os feridos: são mais de 900 em 2009. Esses números reforçam a necessidade de cuidar da segurança. Os equipamentos devem ser sempre utilizados, o que muitas vezes não acontece.

No dia 14 de outubro, foram duas mortes e quatro feridos, em três construções diferentes. A falta de equipamentos de segurança é a principal suspeita da causa da morte de Valdecir Moreira da Silva, em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. O encarregado, que iria se aposentar em três meses, caiu do balancim de uma altura de 40 metros.
“Ele queria passar de um balancim para outro. O certo é usar cinto e trava-queda, mas ele foi passar sem se amarrar em nada e aconteceu esse fato”, conta o operário Pablo da Conceição.
Para evitar esses acidentes, os trabalhadores precisam receber um treinamento específico para cada função e ainda aprender a usar corretamente os equipamentos de segurança. Para subir em um balancim, por exemplo, são necessários vários cuidados.
Vilmar é dono de uma empresa de restauração de fachadas. Ele mostra os equipamentos de segurança instalados no balancim: “Se der um problema nesse cabo, a gente tem o trava-queda do balancim. A gente tem uma chave no motor para o balancim descer lentamente até chegar ao chão. Tem que estar sempre com cinto de segurança travado no alto, para dar menos impacto se cair”.
As mortes na construção civil, que tinham diminuído bastante entre 1995 e 2008, voltaram a aumentar. No ano passado, foram sete. Este ano, até agora, já são 17. O Sindicato das Construtoras diz que, das 17, nove mortes aconteceram em obras pequenas.
“Falta um pouquinho de investimento do empresário e a conscientização do trabalhador do perigo que ele corre. Em cada mudança de fase do trabalho, é obrigatório o treinamento da mudança de função”, diz Haruo Ishikawa, vice-presidente de segurança do Sinduscon.
“A vida da gente não há dinheiro que pague. Então a gente procura manter a segurança, para evitar certos tipos de acidente, como eu já vi vários” diz um operário.
O encarregado de limpeza Valdecir Moreira da Silva, que morreu na obra de Santo Amaro, foi enterrado na manhã desta quarta-feira, em Embu. Os outros dois acidentes de da quarta-feira foram no Butantã e no Horto Florestal.

Fonte: SPTV

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