Estudo relaciona terceirização com mortes no setor elétrico


Belo Horizonte/MG - Foi divulgado no dia 25 de março em Belo Horizonte um estudo elaborado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que aponta que mais da metade da força de trabalho do setor elétrico do país é terceirizada, sendo quatro vezes e meia maior a incidência de mortes entre terceirizados em relação aos trabalhadores próprios. O relatório "Terceirização e morte no trabalho: um olhar sobre o setor elétrico brasileiro" tomou como base os dados da Fundação Coge, entidade que reúne 64 empresas responsáveis por 90% da energia produzida no país. A apresentação ocorreu às 10 horas na sede do Sindieletro-MG (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Hidro-elétrica de Minas Gerais).

Resultados

Segundo a pesquisa do DIEESE, o nível de terceirização no setor elétrico brasileiro em 2008 estava na casa de 58,3%. Quando analisadas apenas as distribuidoras, o contingente de trabalhadores terceirizados foi superior, na casa dos 59,9%, enquanto que em empresas que desempenhavam atividades de geração, transmissão e outras, o índice de terceirização foi mais baixo (52,6%). As regiões Nordeste e Sul revelaram, respectivamente, o maior e o menor nível de terceirização. O alto índice no Nordeste é resultado do fato de distribuidoras da região possuírem mais de 70% da força de trabalho terceirizada. Por sua vez, o Sul é a única região que apresentou um número de trabalhadores próprios superior ao de terceirizados. Verificou-se ainda que, em geral, nas empresas com controle público, o nível de terceirização é inferior ao das empresas com controle privado: respectivamente de 50,2% nas públicas e de 64,7% nas privadas.

Taxa de mortalidade

Em 2008, a taxa de mortalidade no setor elétrico foi de 32,9 mortes por grupo de 100 mil trabalhadores. Nos três anos analisados, os dados demonstram taxas de mortalidade substancialmente mais elevadas para o segmento terceirizado. A taxa ficou em 47,5 para os terceirizados contra 14,8 para os trabalhadores do quadro próprio das empresas.

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Fonte: Revista Proteção

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