Ribeirão Preto/SP - Três funcionários de uma empresa de construção civil ficaram feridos no dia 10 de julho pela manhã, após terem sido soterrados por um muro que desabou no bairro Jardim Irajá, em Ribeirão Preto. Um dos funcionários foi socorrido na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas em estado grave. Os outros dois tiveram ferimentos leves e passam bem.

O acidente ocorreu às 10h15 da manhã. Cerca de oito pessoas trabalhavam no local. Um dos funcionários, que não quis se identificar e trabalhava na escavação para um alicerce, disse à reportagem que desde sexta-feira, 9, eles sabiam do risco de desmoronamento do muro. "A gente tava cavando debaixo do alicerce do muro e ele nem escorado estava", contou.

O funcionário só escapou ileso do acidente porque no momento em que percebeu que o muro estava caindo se abaixou na vala em que ele estava, a uma profundidade de aproximadamente um metro e meio. "Eu vi as pedras, os ferros e a terra passar por cima de mim e sai me arrastando do buraco".

As obras pararam depois do acidente e os funcionários foram dispensados. O auditor fiscal do Ministério do Trabalho, Edson Bin, esteve no local e disse que uma irregularidade já foi constatada. "Fizeram uma abertura na divisa do muro e ele ficou com a viga de sustentação exposta. É lógico que ia cair", disse Bin.

Por hora a obra não foi embargada. O Ministério do Trabalho faria uma fiscalização completa para apurar outras possíveis irregularidades. No local do acidente, que pertence ao grupo Pão de Açúcar, será construído um hipermercado. Em nota, a assessoria de impresa da empresa responsável disse que "as empresas mantém rígidos controles de segurança e já iniciaram os trabalhos para levantamento do ocorrido. Os funcionários envolvidos receberam todo apoio e as companhias se mantém a disposição das autoridades para esclarecimento do fato".


Falhas no desabamento

Um auditor fiscal do Ministério do Trabalho que esteve no local disse que o acidente poderia ser evitado e prevê multa para a construtora OAS, responsável pela obra. O muro que desabou era sustentado por escoras de pau. Mas, de acordo com o auditor, não há motivos, por enquanto, para a paralisação da obra.

"Não é o procedimento padrão. Deveriam ter sido retirado o muro ou escorado para que pudessem fazer a vala. A grande maioria dos acidentes poderia ser evitado. Ocorre que às vezes não são seguidos os procedimentos. Não tenho elementos para que eu determine a suspensão da obra. Vamos fazer as verificações e aquelas questões que a gente notar irregularidades a empresa irá sofrer os processo de auto de infração", comentou o auditor fiscal Edson Bim.

Fonte: Proteção Publicações
Foto: Reprodução EPTV

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