Acidentes com perfurocortantes são muito frequentes e pouco divulgados

Data: 21/09/2010 / Fonte: Revista Proteção

Foto: Fábio José Santos Santana

Texto:
Fábio José Santos Santana

A saúde do trabalhador carrega a particularidade de ser uma área que institui prá­ticas inovadoras. Práticas que, na verdade, estão em construção, que perseguem a integralidade da atenção à saúde e à modificação de uma situação dada, con­seguindo, muitas vezes, desfazer a di­cotomia existente entre assistência individual e coletiva, entre vigilância epide­miológica e sanitária, entre a­ções preventivas e curativas.

No momento atual, é fundamental im­plementar a articulação intrassetorial com os demais níveis e instâncias do SUS (Sistema Único de Saúde); com a atenção bá­sica, especializada secundária e hospitalar; com a vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, no sentido de incorporar a saúde do trabalha­dor em sua concepção no processo saúde-doença e em suas práticas, de conside­rar o trabalho co­mo um importante deter­minante deste processo.

O risco do trabalhador da saúde adquirir infecções transmitidas por material bioló­gico é comprovado pela literatura. No ambiente hospitalar esse risco acentua-se devido à grande quantidade de procedimentos realizados com objetos perfuro­cor­tantes e suas condições.

Portanto, é necessária a avaliação dos riscos ocupacionais em que vivem os trabalhadores de Enfermagem no ambiente hospitalar para que se possa buscar medidas com o objetivo de diminuir os acidentes de trabalho com objetos perfuro­cor­tantes. É indispensável que aqueles que buscam a cura ou a melhoria da saúde da população estejam em boas condições de saúde para que a prestação de cui­dados seja eficiente e de qualidade.

Melhorias

A Enfermagem do Trabalho, anteriormente conhecida como Enfermagem La­boral, teve início no final do século XIX, na Inglaterra, onde os primeiros enfermeiros prestavam assistência de Enfermagem na Saúde Pública, realizando visitas domi­ciliares aos trabalhadores doentes e seus familiares.

No Brasil, somente a partir da década de 1940 é que começaram as preocupações com os problemas ocupacionais. Em 1943, a CLT (Consolidação das Leis do Tra­balho) entrou em vigor, constituindo um marco importante no campo da proteção legal dos trabalhadores. Já na déca­da de 50 iniciam-se as contribuições aos ins­titutos de aposentadorias e pensões beneficiando todos os segurados.

O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) é criado na década de 60, as­sim como o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), atualmente denominado INSS (Instituto Nacional de Se­guro Social), sendo o acidente de trabalho assegurado.

Na década de 70, empresas com mais de 100 empregados foram obrigadas a ter um serviço de Saúde Ocupacional. Além dis­so, foi nessa época também que o Ministério do Trabalho estabeleceu a ­criação de cursos de especialização na área de En­fermagem do Trabalho.

Dessa forma, a Enfermagem do Trabalho, assim como os demais profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho, fo­ram incorporados nas empresas como obri­gatórios, pois o Governo tinha emergência em reduzir o elevado índice de acidente de trabalho no início dos anos 70, época em que o Brasil se consagrou "campeão" de acidentes de trabalho.

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