Construção: falhas na proteção contra quedas são principal fator de risco

SÃO PAULO – Falhas na construção ou na utilização de dispositivos para proteção contra quedas de pessoas, materiais e pequenos equipamentos são o principal fator de risco em grandes obras.

Segundo estudo realizado pela APS Associados, das 58 mil situações de riscos analisadas em cinco grandes obras, 12.359 delas apresentaram esses desvios, o que representa 22% do total analisado.

Já as falhas relativas à organização e limpeza dos locais de trabalho responderam por 16% das situações de risco potencial, ocupando o segundo lugar entre os maiores desvios, seguidas por problemas relativos à falta ou ao descumprimento de procedimentos, com 14%.

"O levantamento realizado nestas obras confirmou situações que são recorrentes em todas as obras e que explicam, em boa parte, porque o número de acidentes nas obras de construção civil é tão elevado e o que as empresas devem fazer para reduzi-lo", diz o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Negócios e Produtos da APS, Nelson Christianini.

Altura e limpeza

Christianini explica que nessas obras predominam os riscos relativos a trabalho em altura com utilização de andaimes e riscos de quedas. Nas questões relativas à organização da obra, a arrumação e a limpeza representam riscos típicos e predominantes, tornando-se grandes responsáveis pelo número elevado de acidentes de baixa gravidade.

“A falta de planejamento adequado e de um sistema eficaz de gestão em segurança acaba se materializando em eventos indesejáveis nas obras, como incidentes, acidentes, alto índice de perdas e baixa produtividade, se não forem tomadas as medidas adequadas” afirma.

Como evitar acidentes

Para evitar acidentes, a APS recomenda a utilização de ferramentas que buscam identificar desvios de seguranças, inclusive inspeções planejadas, rondas de segurança e programas de observação comportamental.

Estas ferramentas orientam a construção de mecanismos de prevenção, além de indicarem os aspectos falhos no planejamento de segurança. O diretor da APS diz ainda que o planejamento adequado e o treinamento dos funcionários são fundamentais para o gerenciamento de risco.

“Como aspecto comportamental, a decisão do funcionário é muito relevante para reduzir ou efetivar o risco. O treinamento da equipe é um dos principais pontos de prevenção dos acidentes", complementa.

SAT

As empresas devem ficar atentas às mudanças do cálculo do FAP (Fator Acidentário de Prevenção) que, a partir de 1º de setembro, podem ter suas alíquotas do SAT (Seguro de Acidente de Trabalho), de 1%, 2% ou 3%, reduzidas pela metade, se não registrarem nenhum tipo de acidente.

Já a empresa que não apresentar notificação de acidente ou doença de trabalho, comprovado a partir de fiscalização, terá a alíquota dobrada. Segundo a Previdência Social, o objetivo é combater a subnotificação de acidentes ou doenças do trabalho.

Por: Karla Santana Mamona
Fonte: InfoMoney

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